sexta-feira, 13 de outubro de 2017

“A SANTÍSSIMA TRINDADE:



ADMEP – ASSEMBLEIA DE DEUS MINISTÉRIO ESTUDANDO A PALAVRA

Departamento de Educação Cristã
Escola Bíblica Dominical



“A SANTÍSSIMA TRINDADE:
Um Só Deus em Três Pessoas”


Leitura Bíblica em Classe

I Coríntios 12. 4 -6; II Coríntios 13. 13


Introdução: - A Doutrina da Trindade é a verdade mais crucial [categórica] do pensamento cristão, mas como conciliar o monoteísmo revelado no AT com a divindade de cada pessoa da Trindade? Esse é o enfoque da presente lição.

Muito embora a palavra “Trindade” não se encontre na Bíblia, a ideia por ela expressa é uma das verdades fundamentais das Escrituras.    Na Bíblia, as prerrogativas  divinas são atribuídas a três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Todos os demais conceitos teológicos são afetados direta ou indiretamente pela noção que tivermos dessa doutrina.

Quando os cristãos falam da “Trindade” eles querem dizer que existe uma Tri Unidade santa e eterna de Pessoas na Divindade. À luz da revelação do Novo Testamento, estes são conhecidos como Pai, Filho e Espírito Santo; três Pessoas divinas distintas e distinguíveis, mas inseparáveis, em essência, em conhecimento, em vontade, em amor, em graça e em poder, coiguais e coeternas. A Divindade é Uma, mas as Pessoas são Três; três em um, um em três. O conceito é grande demais para a inteligência humana, mas se não fosse assim, Deus deixaria de ser Deus. O cristão é grato pelo fato de ter um Deus cuja grandeza e glória transcendem as débeis mentes dos mortais.


I.  DEFINIÇÃO DA DOUTRINA:

Trindade” – [Do grego trias; do latim trinitatem, grupo de três pessoas]. Doutrina segundo a qual a Divindade, embora uma em sua essência, subsiste nas Pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo. As Três Pessoas são iguais nas substâncias e nos atributos absolutos, metafísicos [transcendentais] e morais [éticas].

Apesar de o termo não se encontrar nas Sagradas Escrituras, as evidências que atestam a doutrina são, tanto no Antigo como no Novo Testamento, incontestáveis.

A palavra Trindade foi usada pela primeira vez, em sua forma grega, por Teófilo; e, em sua forma latina, por Tertuliano.

O Credo Atanasiano assim se expressa acerca da doutrina da Santíssima Trindade: “Adoramos um Deus em trindade, e a trindade em unidade, sem confundir as pessoas, sem separar a substância”. (ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 8. Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p. 279).

II. EVIDÊNCIA DA TRINDADE NO ANTIGO TESTAMENTO
Ainda que o Antigo Testamento não apresente provas tão claras para a doutrina da Trindade quanto às do Novo Testamento, nele podem ser encontradas grande número de evidências que atestam a existência de uma pluralidade na Divindade.
Em Gênesis 1, o nome hebraico para Deus é Elohim. Esse nome ocorre ao todo cerca de 2.500 vezes no Antigo Testamento, sendo ele a forma plural de El, que é o nome comum para Deus entre os semitas. Para alguns, o fato de Elohim ser um nome plural não prova a Trindade, mas apenas indica “a riqueza e a plenitude do Ser Divino”.1, Porém A. H. Strong nos adverte que “o fato de Elohim ser algumas vezes usado num sentido restrito, como aplicável ao Filho (Sl 45. 6; cf. Hb 1.8), não nos deve impedir de crer que o termo era originalmente considerado como contendo uma alusão a certa pluralidade na natureza divina”.2 E Jo 1.1-3 lança luz sobre o fato de que o Pai e o Filho estavam unidos na obra da Criação do mundo, e em Gn 1.2 temos o Espírito Santo também envolvido nessa obra.

No Antigo Testamento, encontramos ainda referências nas quais Deus fala de Si mesmo no plural, como por exemplo: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn1.26). Trata-se antes do plural de plenitude, que … haveria de ser revelado como tri-unidade, nos posteriores ‘nós’ e ‘nossa’ de Jo 14.23 (com 14.17) ”.3 Encontramos, portanto, na peculiar fraseologia de Gn 1.26 “uma alusão a um sublime concílio entre as pessoas da Divindade”.4 (Ver também Gn 3.22; 11:7; Is 6.8.).

Já em Is 48.16 aparece uma distinta referência à Trindade: “Agora o Senhor Deus (o Pai) Me enviou a Mim (o Filho) e o Seu Espírito (o Espírito Santo). ” Há também quem considere as palavras do rei Nabucodonosor, encontradas em Dn 2.47, como uma referência à Trindade: “Certamente, o vosso Deus é Deus dos deuses (o Pai), e o Senhor dos reis (o Filho), e o Revelador dos mistérios (o Espírito Santo) ”.Portanto, reconhecemos que “o Velho Testamento contém uma clara antecipação da plena revelação da Trindade no Novo Testamento”.8


III.  A TRINDADE NO NOVO TESTAMENTO
Uma vez que a revelação da verdade é progressiva, encontramos no Novo Testamento provas concretas da doutrina da Trindade, que lançam luz sobre as evidências encontradas no Antigo Testamento. O cumprimento das profecias messiânicas e a promessa do Espírito Santo são sumamente esclarecedoras para a compreensão deste tema.
Na promessa feita pelo anjo a respeito do nascimento de Jesus, encontramos uma referência distinta aos membros da Trindade (Lc 1.35), que viria a tornar-se ainda mais notória por ocasião do Seu batismo. Nessa ocasião, o Filho de Deus foi batizado, o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma corpórea como uma pomba, e o Pai falou: Este é o Meu Filho amado, em quem Me comprazo (Mt 3.16 e 17; Mc 1.10 e 11; Lc 3.21 e 22; Jo 1.32 e 33).
Os ensinos de Cristo são igualmente de natureza a enfatizar essa distinção. Na promessa do Espírito Santo, Ele fala a respeito de “outro Consolador” (Jo 14.16 e 26), e todos os que viessem a crer deveriam também ser batizados “em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28.19).
Igualmente na bênção apostólica aparece novamente referida a Trindade:A graça do Senhor Jesus Cristo e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todas vós” (2 Co 13.13). O apóstolo São Pedro inicia a sua primeira epístola com uma clara referência à Trindade (1 Pe 1.2), e em Judas 20 e 21 ela também é mencionada.
Portanto o Novo Testamento reconhece o Pai como Deus (Jo 6.27, Ef 6.23; 1 Pe 1.2; etc.), a Jesus Cristo como Deus (Jo 1.1 e 18; 20.28; Rm 9.5; Cl 2.2 e 9; Tt 2.13; Hb 1.8; 1 Jo 5.20; etc.), e ao Espírito Santo como Deus (At 5.3 e 4; 1 Co 2.10 e 11; 1 Co 3.16; etc.).

IV.  A DISTINÇÃO ENTRE OS MEMBROS DA TRINDADE
Por que então deveriam ser mencionados separadamente os membros da Trindade tanto na fórmula do batismo (Mt 28.19), como na bênção apostólica (2 Co 13.13) e em outros textos? A Bíblia não apenas reclama natureza espiritual para os membros da Trindade, como também personalidades distintas entre o Pai, o Filho, e o Espírito Santo. Isto é claro não apenas nas características pessoais atribuídas aos três, como também no fato de o Pai ter enviado o Filho (Jo 14. 24; 20. 21) e o Pai e o Filho enviarem o Espírito Santo (Jo 14.16 e 26; 16.7).

·     Cada um na Trindade tem sua função: (I Pe 1. 12):

1)       O Pai é quem escolhe;
2)       O Filho com cujo sangue asperge; e
3)       O Espírito Santo é que santifica.


·     Na nossa salvação sua fonte é: (Ef 1. 1-18):


1) Na Predestinação do Pai, Ele que nos escolheu antes da fundação do mundo para sermos seus filhos, sem mancha nem defeito (Ef 1. 4-6);

2)  Na Redenção do Filho, por meio do qual nos é dado o conhecimento do plano eterno de Deus para o universo, e uma herança eterna (Ef 1. 7-12);

3)  No Selo do Espírito, que é o penhor, o primeiro sinal, da redenção completa que será nossa no futuro (Ef 1. 13,14).


·  Pai, Filho e Espírito Santo; três Pessoas divinas distintas e distinguíveis, mas inseparáveis, em essência, em conhecimento, em vontade, em amor, em graça e em poder, coiguais e coeternas. A Divindade é Uma, mas as Pessoas são Três; três em um, um em três.


·   O Deus trino e Uno revelado (Ef 4. 4 -6). “O conceito do Deus Trino e Uno acha-se somente na tradição judaico-cristã. Esse conceito não surgiu mediante a especulação dos sábios deste mundo, mas através da revelação outorgada passo a passo na Palavra de Deus. Em todos os escritos dos apóstolos, a Trindade é implícita e tomada como certa (Ef 1. 1-14; I Pe 1.2). Fica claro que o Pai, o Filho e o Espírito Santo, existem eternamente como três Pessoas distintas, mas as Escrituras também revelam a unidade dos três membros da Deidade.

As Pessoas da Trindade têm vontades separadas, porém nunca conflitantes (Lc 22. 42; I Co 12. 11). O Pai fala ao Filho, empregando o pronome da segunda pessoa do singular: “Tu és meu Filho amado; em ti me tenho comprazido” (Hb 9. 14). Declara que veio “não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”. (Jo 6. 38) ” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1. Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp. 162-3)

Conclusão: - Portanto, a doutrina da Trindade não está baseada em especulações e conjeturas humanas, mas na própria Revelação Divina – a Sua Palavra. Porém, uma vez que tenhamos compreendido a distinção que a Bíblia estabelece entre as pessoas da Trindade, deveremos também analisar o relacionamento existente entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Referências Biográficas:
ü   A Revista Bíblica da CPAD. 3º Trimestre/2017                           



Elaborada pela Professora, Maria Valda.
Pastora da ADMEP




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