O qual nos fez também capazes de serem ministros de um novo testamento,
não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e
o espírito vivifica. (II Coríntios 3: 6)
![Leitura da Bíblia. (Foto: Getty)](https://thumbor.guiame.com.br/unsafe/840x500/smart/https://media.guiame.com.br/archives/2017/06/28/3001560278-biblia.jpg)
A Letra Mata, mas o Espírito vivifica (2º Coríntios 3:6)
A
realidade é que existe a letra que mata e os assassinos da letra.
Vamos
começar por aqueles que matam a letra, ou seja, pessoas que interpretam
erroneamente as Escrituras, afirmando que o estudo teológico é terrivelmente
prejudicial à fé, ao ponto de matá-la; marginalizam a Teologia, criticam os
eruditos e seguem indiferentes ao aprofundamento do conhecimento formal.
O
academicismo prepotente ou a formalidade atrelada à religiosidade são
algumas silhuetas aparentemente ortodoxas que negam o Espírito e
que podem matar a fé, porém, o texto de 2 Co 3:6 falas de algo bem diferente.
Por
que alguns são assassinos da letra?
Há
várias justificativas para o assassinato da letra, dentre as quais destacamos
as principais:
O
estudo teológico é censurado pelos preguiçosos, por aqueles que
tentam justificar sua acomodação educacional e sua ignorância
(burrice) atacando a Teologia e os estudiosos das Escrituras Sagradas.
O
estudo teológico é censurado pelos ignorantes espirituais, que desprezam o
saber por associá-lo a uma classe social superior incompatível com a
fé cristã;
O
estudo teológico é censurado pelos espiritualizastes, por aqueles
que vivem com os pés e a cabeça nas nuvens e que apresentam sempre uma
resposta espiritual, dizendo que Deus revela, fala, dá a palavra, para tudo ao
seu redor;
O
estudo teológico é censurado porque ele incomoda, torna-se
inconveniente para os manipuladores da Bíblia. Quanto menos conhecimento
as pessoas possuírem, mais facilmente serão controladas. É um comportamento
assumido pelos ditadores eclesiásticos e pelas seitas, nas quais o líder se
encarrega de pensar pelos adeptos e implanta um método sutil de controle total.
(Só aqui Deus dá a palavra) Quanta mentira.
Antes de qualquer outro argumento sobre a importância do estudo
teológico é preciso lembrar que as doutrinas cristãs sobreviveram
ao tempo e chegaram até nós, porque teólogos comprometidos com a
fé, estudaram e preservaram a verdade.
Uma
das buscas mais profundas do homem é a da verdade. Mas essa busca não pode
trilhar por um caminho relativo porque, no mundo inteiro, avoluma-se
a multiforme apresentação do engano revestido de trapos da verdade.
Bilhões vivem sob o engano e a maioria jaz inconsciente do estado
espiritual em que se encontra.
Às
vezes, a diferença entre o verdadeiro e o similar é muito sutil, quase
imperceptível.
A
verdade é uma só, nada mais, nada menos; ao contrário da verdade, a
mentira apresenta-se sedutora sob multiformes: do engano aberto ao engodo
oculto, da mentira acadêmica às crendices populares. De todos os níveis do
engano, o que consegue adentrar pelos portais da igreja, mesclado com
resquícios da verdade, é o que pode trazer maiores prejuízos à fé cristã.
Há
dezenas de seitas pseudocrístão espalhadas por todo o planeta,
disseminando inverdades teológicas para todos os gostos. Há também um
aglomerado de doutrinas “novas”, perigosas e insustentáveis pela Teologia
Clássica; primeiro porque não foram anunciadas pelos os pais da igreja;
segundo porque, não apresentam historicidade eclesiástica e, por fim,
porque são doutrinas que não têm fundamentação bíblica.
Diante
de tudo isso, perguntamos: O que seria da igreja sem a presença de
homens comprometidos com o estudo teológico e a preservação da verdade?
Qual seria o futuro de uma igreja cheia de assassinos da letra?
A
Bíblia é a verdade absoluta, mas é a Teologia que nos auxilia na retenção do
conhecimento dessa verdade. A Teologia é a expressão da verdade única e
absoluta, revelada na Bíblia Sagrada e o estudante de Teologia, além de
conhecer com maior intimidade a revelação divina, tem a oportunidade de
tornar-se um guardião da verdade, um apologista da fé. Se o estudo teológico
é um instrumento indispensável para a preservação da doutrina dos apóstolos e
saúde espiritual da igreja e se o texto bíblico de 2 Co 3;6 não
fundamenta, em qualquer instância, a rejeição aos estudos teológicos, o
que significa “ a letra mata”? Se não é a Teologia, o que é que mata?
A
Letra Mata
O que
mata não é o estudo e o conhecimento do significado espiritual
das Escrituras, mas exatamente o contrário. A falta de entendimento
espiritual das Escrituras Sagradas é que faz com que o homem não creia em
Jesus para ter a vida eterna (João 5:39-40). Jesus disse que
a vivificação espiritual é feita através de suas palavras, que
“São Espírito e Vida” (Jo 6:63). De acordo com 2 Co 3:6, o que
mata então? A observância da Lei de Moisés, em seus ritos e cerimônias, como um
fim em si mesma. A letra é uma referência à Lei que foi entregue ao povo hebreu
por Moisés, e que não tinha poder de conceder vida; escrita com tinta em
tábuas de pedra (Gl 3:12), especificando juízos sobre os não cumpridores
da Lei: "Maldito aquele que não confirmar as palavras desta lei, não as
cumprindo. E todo o povo dirá: Amém" (Dt 27:26). O pecador conhece a
Lei, a letra, mas não tem poder para guardá-la; sua carne é fraca e logo
transgredi essa Lei. O resultado dessa transgressão é morte e condenação. A lei
mostra a condição depravada do pecador, mas não lhe dá poder para ser
transformado em um homem de natureza santa. A Bíblia quando declara
que "a letra mata", está dizendo que a lei tem a missão
de condenar apenas, não pode dar vida. A escrita da lei revela o quanto
somos maus e pecadores. A lei apenas mostra ao homem a sua incapacidade de
agradar a Deus, dessa forma a „letra‟, o mesmo que „Lei‟, mata. Mesmo que se
busque cumprir rigorosamente a lei, ela não tem o poder de dar vida. Quem
tropeçar em um só mandamento, torna-se culpado de todos! (Tg 2:10). No
contexto de 2 Co 3:6 e noutras passagens do Novo Testamento, Paulo,
o apóstolo, mostra a superioridade da Nova Aliança diante da antiga,
vivida pelos os judeus.
Porque
a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do
pecado e da morte. (Rm 8:2)
Esta
é a aliança que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei
as minhas leis em seus corações, E as escreverei em seus entendimentos;
acrescenta: (Hb 10:16)
O
reino da Antiga Aliança foi limitado em termos de pessoas e de território, à
nação de Israel. Quando Deus revelou a Lei no monte Sinai, ele disse:
“Assim falarás à casa de Jacó e anunciarás aos filhos de Israel.... Vós me
sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que
falarás aos filhos de Israel” (Ex 19:3,6). Mas o reino da Nova Aliança não é
limitado por um território geográfico e também não se limita a uma raça ou
etnia. Trata-se de um reino espiritual e universal (1 Pe 2:5). Jesus tem “toda
a autoridade. . . no céu e na terra” e mandou os apóstolos fazerem
discípulos de todas as nações (Mt 28:18-20). Paulo demonstra que os
cristãos eram a carta de Cristo (2 Co 3:3), ministrada pelos apóstolos e
escrita com o Espírito do Deus vivo. Ele destaca que os cristãos,
na condição de cartas, não foram redigidos com tinta, antes, com
o Espírito Santo. Não em tábuas de pedras, mas em seus corações
(2 Co 3:3).
Conclusão
O que
mata não é o estudo e o conhecimento da Palavra de Deus gravada no coração
daqueles que creem. O que mata é a ignorância espiritual e
intelectual (Jumentice) de permanecer na caducidade da Antiga
Aliança, negando a Lei do Espírito que entra no coração
do pecador e o vivifica, regenera e dá a vida. A Lei
do Espírito que confere o elemento que a letra da lei não podia
prover - o desejo e o poder de cumprir o mandamento de Deus.
Autor do original: BenneDen
Compilado e revisado por
Oseias de Lima Vieira
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