ADMEP – ASSEMBLEIA DE DEUS MINISTÉRIO ESTUDANDO A PALAVRA
Departamento
de Educação Cristã
Escola
Bíblica Dominical
“A SANTÍSSIMA TRINDADE:
Um
Só Deus em Três Pessoas”
Leitura
Bíblica em Classe
I
Coríntios 12. 4 -6; II Coríntios 13. 13
Introdução: - A Doutrina da
Trindade é a verdade mais crucial [categórica] do pensamento cristão, mas
como conciliar o monoteísmo revelado no AT
com a divindade de cada pessoa da Trindade? Esse é o enfoque da presente lição.
Muito embora
a palavra “Trindade” não se encontre
na Bíblia, a ideia por ela expressa é uma das
verdades fundamentais das Escrituras. Na Bíblia, as
prerrogativas divinas são atribuídas a três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
Todos os demais conceitos teológicos são afetados direta ou indiretamente pela
noção que tivermos dessa doutrina.
Quando os
cristãos falam da “Trindade” eles querem dizer que existe uma Tri Unidade
santa e eterna de Pessoas na Divindade. À luz da revelação do Novo
Testamento, estes são conhecidos como Pai, Filho e Espírito Santo;
três Pessoas divinas distintas e distinguíveis, mas inseparáveis, em essência, em
conhecimento, em vontade, em amor, em graça e em poder, coiguais e coeternas.
A Divindade é Uma, mas as Pessoas são Três; três em um, um em três. O conceito é grande demais para a inteligência
humana, mas se não fosse assim, Deus deixaria de ser Deus. O cristão é grato
pelo fato de ter um Deus cuja grandeza e glória transcendem as débeis mentes
dos mortais.
I. DEFINIÇÃO
DA DOUTRINA:
“Trindade”
– [Do grego trias; do latim trinitatem, grupo de três pessoas]. Doutrina segundo a qual a
Divindade, embora uma em sua essência, subsiste nas Pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo. As Três
Pessoas são iguais nas substâncias e nos atributos absolutos, metafísicos [transcendentais]
e morais [éticas].
Apesar de o termo não se encontrar nas Sagradas Escrituras, as evidências
que atestam a doutrina são, tanto no Antigo como no Novo Testamento, incontestáveis.
A palavra Trindade foi usada
pela primeira vez, em sua forma grega, por Teófilo; e, em sua forma latina, por
Tertuliano.
O Credo Atanasiano
assim se expressa acerca da doutrina da Santíssima Trindade: “Adoramos um Deus em trindade, e a trindade
em unidade, sem confundir as pessoas, sem separar a substância”. (ANDRADE,
Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 8. Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999,
p. 279).
II. EVIDÊNCIA DA TRINDADE NO ANTIGO TESTAMENTO
Ainda que o Antigo Testamento
não apresente provas tão claras para a doutrina da Trindade quanto às do Novo
Testamento, nele podem ser encontradas grande número de evidências que atestam
a existência de uma pluralidade na
Divindade.
Em Gênesis 1, o nome hebraico
para Deus é Elohim. Esse
nome ocorre ao todo cerca de 2.500
vezes no Antigo Testamento, sendo ele a forma plural de El, que é o nome comum para Deus
entre os semitas. Para alguns, o fato de Elohim ser um nome plural não prova a Trindade,
mas apenas indica “a riqueza e a plenitude
do Ser Divino”.1, Porém A. H. Strong nos
adverte que “o fato de Elohim ser algumas vezes usado num
sentido restrito, como aplicável ao Filho (Sl 45. 6; cf. Hb 1.8), não nos deve
impedir de crer que o termo era originalmente considerado como contendo uma
alusão a certa pluralidade na
natureza divina”.2 E Jo 1.1-3 lança luz sobre
o fato de que o Pai e o Filho estavam unidos na obra da Criação do mundo,
e em Gn 1.2 temos o Espírito Santo também envolvido nessa obra.
No Antigo
Testamento, encontramos ainda referências nas quais Deus fala de Si mesmo no plural, como por exemplo: “Façamos o homem à nossa imagem,
conforme a nossa semelhança” (Gn1.26). Trata-se antes do plural de plenitude, que … haveria de
ser revelado como tri-unidade, nos
posteriores ‘nós’ e ‘nossa’ de Jo 14.23 (com 14.17) ”.3 Encontramos, portanto, na peculiar fraseologia
de Gn 1.26 “uma alusão a um sublime concílio entre as pessoas da
Divindade”.4 (Ver também Gn 3.22; 11:7;
Is 6.8.).
Já em Is 48.16 aparece uma
distinta referência à Trindade: “Agora o Senhor Deus (o Pai) Me enviou a Mim
(o Filho) e o Seu Espírito (o Espírito Santo). ” Há também quem considere
as palavras do rei Nabucodonosor, encontradas em Dn 2.47, como uma referência à
Trindade: “Certamente, o vosso
Deus é Deus dos deuses (o Pai), e o Senhor dos reis (o Filho), e o Revelador
dos mistérios (o Espírito Santo) ”.Portanto, reconhecemos que “o
Velho Testamento contém uma clara antecipação da plena revelação da Trindade no
Novo Testamento”.8
III. A TRINDADE NO NOVO TESTAMENTO
Uma vez que a revelação da verdade é progressiva, encontramos
no Novo Testamento provas concretas da doutrina da Trindade, que
lançam luz sobre as evidências encontradas no Antigo Testamento. O cumprimento
das profecias messiânicas e a promessa do Espírito Santo são
sumamente esclarecedoras para a compreensão deste tema.
Na promessa feita pelo anjo a
respeito do nascimento de Jesus, encontramos uma referência distinta aos
membros da Trindade (Lc 1.35), que
viria a tornar-se ainda mais notória por ocasião do Seu batismo. Nessa ocasião,
o Filho de Deus foi batizado, o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma
corpórea como uma pomba, e o Pai
falou: “Este é o Meu Filho amado, em quem Me comprazo” (Mt 3.16 e 17; Mc
1.10 e 11; Lc 3.21 e 22; Jo 1.32 e 33).
Os ensinos de Cristo são igualmente de natureza a enfatizar essa distinção. Na promessa do Espírito Santo, Ele fala a
respeito de “outro Consolador”
(Jo 14.16 e 26), e todos os que viessem a crer deveriam também ser batizados “em
nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28.19).
Igualmente na bênção
apostólica aparece novamente referida a Trindade: “A graça do Senhor
Jesus Cristo e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todas
vós” (2 Co 13.13). O apóstolo São Pedro inicia a sua primeira epístola com
uma clara referência à Trindade (1
Pe 1.2), e em Judas 20 e 21 ela também é mencionada.
Portanto o Novo Testamento reconhece o Pai como Deus
(Jo 6.27, Ef 6.23; 1 Pe 1.2; etc.), a Jesus
Cristo como Deus (Jo
1.1 e 18; 20.28; Rm 9.5; Cl 2.2 e 9; Tt 2.13; Hb 1.8; 1 Jo 5.20; etc.), e
ao Espírito Santo como
Deus (At 5.3 e 4; 1 Co 2.10 e 11; 1
Co 3.16; etc.).
IV. A DISTINÇÃO ENTRE OS MEMBROS DA TRINDADE
Por que então deveriam ser
mencionados separadamente os membros da Trindade tanto na fórmula do batismo (Mt 28.19),
como na bênção apostólica (2 Co 13.13) e em outros textos? A Bíblia não
apenas reclama natureza espiritual para os membros da Trindade, como também personalidades
distintas entre o Pai, o Filho, e
o Espírito Santo. Isto é claro não apenas nas características pessoais
atribuídas aos três, como também no fato de o Pai ter enviado o Filho (Jo
14. 24; 20. 21) e o Pai e o Filho enviarem o Espírito Santo (Jo 14.16 e 26; 16.7).
· Cada um na Trindade tem sua
função: (I Pe 1. 12):
1) O Pai é quem escolhe;
2) O Filho com cujo sangue asperge;
e
3) O Espírito Santo é que santifica.
· Na nossa salvação sua fonte é: (Ef 1. 1-18):
1) Na Predestinação do Pai,
Ele que nos escolheu antes da fundação do mundo para sermos seus filhos, sem
mancha nem defeito (Ef 1. 4-6);
2) Na Redenção do Filho, por
meio do qual nos é dado o conhecimento do plano eterno de Deus para o universo,
e uma herança eterna (Ef 1. 7-12);
3) No Selo do Espírito,
que é o penhor, o primeiro sinal, da redenção completa que será nossa no futuro
(Ef 1. 13,14).
· Pai, Filho e Espírito Santo; três Pessoas divinas distintas e distinguíveis, mas inseparáveis, em essência, em
conhecimento, em vontade, em amor, em graça e em poder, coiguais e coeternas.
A Divindade é Uma, mas as Pessoas são Três; três em um, um em três.
· O Deus trino e Uno revelado (Ef 4. 4 -6). “O conceito do Deus Trino e Uno acha-se somente na tradição
judaico-cristã. Esse conceito não surgiu mediante a especulação dos sábios
deste mundo, mas através da revelação outorgada passo a passo na Palavra de
Deus. Em todos os escritos dos apóstolos, a Trindade é implícita e tomada como
certa (Ef 1. 1-14; I Pe 1.2). Fica claro que o Pai, o Filho e o Espírito Santo,
existem eternamente como três Pessoas distintas, mas as Escrituras também
revelam a unidade dos três membros da Deidade.
As Pessoas da Trindade têm vontades separadas, porém
nunca conflitantes (Lc 22. 42; I Co 12. 11). O Pai fala ao Filho, empregando o
pronome da segunda pessoa do singular: “Tu és meu Filho amado; em ti me tenho
comprazido” (Hb 9. 14). Declara que veio “não para fazer a minha vontade, mas a
vontade daquele que me enviou”. (Jo 6. 38) ” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal.
1. Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp. 162-3)
Conclusão:
- Portanto, a doutrina
da Trindade não está baseada em especulações e conjeturas humanas, mas na
própria Revelação Divina – a Sua Palavra. Porém, uma vez que tenhamos
compreendido a distinção que a Bíblia estabelece entre as pessoas da Trindade,
deveremos também analisar o relacionamento existente entre o Pai, o Filho e o
Espírito Santo.
Referências Biográficas:
ü
A Revista Bíblica da
CPAD. 3º Trimestre/2017
Elaborada pela Professora, Maria Valda.