sexta-feira, 13 de outubro de 2017

“A SANTÍSSIMA TRINDADE:



ADMEP – ASSEMBLEIA DE DEUS MINISTÉRIO ESTUDANDO A PALAVRA

Departamento de Educação Cristã
Escola Bíblica Dominical



“A SANTÍSSIMA TRINDADE:
Um Só Deus em Três Pessoas”


Leitura Bíblica em Classe

I Coríntios 12. 4 -6; II Coríntios 13. 13


Introdução: - A Doutrina da Trindade é a verdade mais crucial [categórica] do pensamento cristão, mas como conciliar o monoteísmo revelado no AT com a divindade de cada pessoa da Trindade? Esse é o enfoque da presente lição.

Muito embora a palavra “Trindade” não se encontre na Bíblia, a ideia por ela expressa é uma das verdades fundamentais das Escrituras.    Na Bíblia, as prerrogativas  divinas são atribuídas a três pessoas distintas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. Todos os demais conceitos teológicos são afetados direta ou indiretamente pela noção que tivermos dessa doutrina.

Quando os cristãos falam da “Trindade” eles querem dizer que existe uma Tri Unidade santa e eterna de Pessoas na Divindade. À luz da revelação do Novo Testamento, estes são conhecidos como Pai, Filho e Espírito Santo; três Pessoas divinas distintas e distinguíveis, mas inseparáveis, em essência, em conhecimento, em vontade, em amor, em graça e em poder, coiguais e coeternas. A Divindade é Uma, mas as Pessoas são Três; três em um, um em três. O conceito é grande demais para a inteligência humana, mas se não fosse assim, Deus deixaria de ser Deus. O cristão é grato pelo fato de ter um Deus cuja grandeza e glória transcendem as débeis mentes dos mortais.


I.  DEFINIÇÃO DA DOUTRINA:

Trindade” – [Do grego trias; do latim trinitatem, grupo de três pessoas]. Doutrina segundo a qual a Divindade, embora uma em sua essência, subsiste nas Pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo. As Três Pessoas são iguais nas substâncias e nos atributos absolutos, metafísicos [transcendentais] e morais [éticas].

Apesar de o termo não se encontrar nas Sagradas Escrituras, as evidências que atestam a doutrina são, tanto no Antigo como no Novo Testamento, incontestáveis.

A palavra Trindade foi usada pela primeira vez, em sua forma grega, por Teófilo; e, em sua forma latina, por Tertuliano.

O Credo Atanasiano assim se expressa acerca da doutrina da Santíssima Trindade: “Adoramos um Deus em trindade, e a trindade em unidade, sem confundir as pessoas, sem separar a substância”. (ANDRADE, Claudionor Corrêa de. Dicionário Teológico. 8. Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1999, p. 279).

II. EVIDÊNCIA DA TRINDADE NO ANTIGO TESTAMENTO
Ainda que o Antigo Testamento não apresente provas tão claras para a doutrina da Trindade quanto às do Novo Testamento, nele podem ser encontradas grande número de evidências que atestam a existência de uma pluralidade na Divindade.
Em Gênesis 1, o nome hebraico para Deus é Elohim. Esse nome ocorre ao todo cerca de 2.500 vezes no Antigo Testamento, sendo ele a forma plural de El, que é o nome comum para Deus entre os semitas. Para alguns, o fato de Elohim ser um nome plural não prova a Trindade, mas apenas indica “a riqueza e a plenitude do Ser Divino”.1, Porém A. H. Strong nos adverte que “o fato de Elohim ser algumas vezes usado num sentido restrito, como aplicável ao Filho (Sl 45. 6; cf. Hb 1.8), não nos deve impedir de crer que o termo era originalmente considerado como contendo uma alusão a certa pluralidade na natureza divina”.2 E Jo 1.1-3 lança luz sobre o fato de que o Pai e o Filho estavam unidos na obra da Criação do mundo, e em Gn 1.2 temos o Espírito Santo também envolvido nessa obra.

No Antigo Testamento, encontramos ainda referências nas quais Deus fala de Si mesmo no plural, como por exemplo: “Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gn1.26). Trata-se antes do plural de plenitude, que … haveria de ser revelado como tri-unidade, nos posteriores ‘nós’ e ‘nossa’ de Jo 14.23 (com 14.17) ”.3 Encontramos, portanto, na peculiar fraseologia de Gn 1.26 “uma alusão a um sublime concílio entre as pessoas da Divindade”.4 (Ver também Gn 3.22; 11:7; Is 6.8.).

Já em Is 48.16 aparece uma distinta referência à Trindade: “Agora o Senhor Deus (o Pai) Me enviou a Mim (o Filho) e o Seu Espírito (o Espírito Santo). ” Há também quem considere as palavras do rei Nabucodonosor, encontradas em Dn 2.47, como uma referência à Trindade: “Certamente, o vosso Deus é Deus dos deuses (o Pai), e o Senhor dos reis (o Filho), e o Revelador dos mistérios (o Espírito Santo) ”.Portanto, reconhecemos que “o Velho Testamento contém uma clara antecipação da plena revelação da Trindade no Novo Testamento”.8


III.  A TRINDADE NO NOVO TESTAMENTO
Uma vez que a revelação da verdade é progressiva, encontramos no Novo Testamento provas concretas da doutrina da Trindade, que lançam luz sobre as evidências encontradas no Antigo Testamento. O cumprimento das profecias messiânicas e a promessa do Espírito Santo são sumamente esclarecedoras para a compreensão deste tema.
Na promessa feita pelo anjo a respeito do nascimento de Jesus, encontramos uma referência distinta aos membros da Trindade (Lc 1.35), que viria a tornar-se ainda mais notória por ocasião do Seu batismo. Nessa ocasião, o Filho de Deus foi batizado, o Espírito Santo desceu sobre Ele em forma corpórea como uma pomba, e o Pai falou: Este é o Meu Filho amado, em quem Me comprazo (Mt 3.16 e 17; Mc 1.10 e 11; Lc 3.21 e 22; Jo 1.32 e 33).
Os ensinos de Cristo são igualmente de natureza a enfatizar essa distinção. Na promessa do Espírito Santo, Ele fala a respeito de “outro Consolador” (Jo 14.16 e 26), e todos os que viessem a crer deveriam também ser batizados “em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28.19).
Igualmente na bênção apostólica aparece novamente referida a Trindade:A graça do Senhor Jesus Cristo e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todas vós” (2 Co 13.13). O apóstolo São Pedro inicia a sua primeira epístola com uma clara referência à Trindade (1 Pe 1.2), e em Judas 20 e 21 ela também é mencionada.
Portanto o Novo Testamento reconhece o Pai como Deus (Jo 6.27, Ef 6.23; 1 Pe 1.2; etc.), a Jesus Cristo como Deus (Jo 1.1 e 18; 20.28; Rm 9.5; Cl 2.2 e 9; Tt 2.13; Hb 1.8; 1 Jo 5.20; etc.), e ao Espírito Santo como Deus (At 5.3 e 4; 1 Co 2.10 e 11; 1 Co 3.16; etc.).

IV.  A DISTINÇÃO ENTRE OS MEMBROS DA TRINDADE
Por que então deveriam ser mencionados separadamente os membros da Trindade tanto na fórmula do batismo (Mt 28.19), como na bênção apostólica (2 Co 13.13) e em outros textos? A Bíblia não apenas reclama natureza espiritual para os membros da Trindade, como também personalidades distintas entre o Pai, o Filho, e o Espírito Santo. Isto é claro não apenas nas características pessoais atribuídas aos três, como também no fato de o Pai ter enviado o Filho (Jo 14. 24; 20. 21) e o Pai e o Filho enviarem o Espírito Santo (Jo 14.16 e 26; 16.7).

·     Cada um na Trindade tem sua função: (I Pe 1. 12):

1)       O Pai é quem escolhe;
2)       O Filho com cujo sangue asperge; e
3)       O Espírito Santo é que santifica.


·     Na nossa salvação sua fonte é: (Ef 1. 1-18):


1) Na Predestinação do Pai, Ele que nos escolheu antes da fundação do mundo para sermos seus filhos, sem mancha nem defeito (Ef 1. 4-6);

2)  Na Redenção do Filho, por meio do qual nos é dado o conhecimento do plano eterno de Deus para o universo, e uma herança eterna (Ef 1. 7-12);

3)  No Selo do Espírito, que é o penhor, o primeiro sinal, da redenção completa que será nossa no futuro (Ef 1. 13,14).


·  Pai, Filho e Espírito Santo; três Pessoas divinas distintas e distinguíveis, mas inseparáveis, em essência, em conhecimento, em vontade, em amor, em graça e em poder, coiguais e coeternas. A Divindade é Uma, mas as Pessoas são Três; três em um, um em três.


·   O Deus trino e Uno revelado (Ef 4. 4 -6). “O conceito do Deus Trino e Uno acha-se somente na tradição judaico-cristã. Esse conceito não surgiu mediante a especulação dos sábios deste mundo, mas através da revelação outorgada passo a passo na Palavra de Deus. Em todos os escritos dos apóstolos, a Trindade é implícita e tomada como certa (Ef 1. 1-14; I Pe 1.2). Fica claro que o Pai, o Filho e o Espírito Santo, existem eternamente como três Pessoas distintas, mas as Escrituras também revelam a unidade dos três membros da Deidade.

As Pessoas da Trindade têm vontades separadas, porém nunca conflitantes (Lc 22. 42; I Co 12. 11). O Pai fala ao Filho, empregando o pronome da segunda pessoa do singular: “Tu és meu Filho amado; em ti me tenho comprazido” (Hb 9. 14). Declara que veio “não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou”. (Jo 6. 38) ” (HORTON, Stanley. Teologia Sistemática: Uma perspectiva pentecostal. 1. Ed. Rio de Janeiro: CPAD, 1996, pp. 162-3)

Conclusão: - Portanto, a doutrina da Trindade não está baseada em especulações e conjeturas humanas, mas na própria Revelação Divina – a Sua Palavra. Porém, uma vez que tenhamos compreendido a distinção que a Bíblia estabelece entre as pessoas da Trindade, deveremos também analisar o relacionamento existente entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Referências Biográficas:
ü   A Revista Bíblica da CPAD. 3º Trimestre/2017                           



Elaborada pela Professora, Maria Valda.
Pastora da ADMEP




quinta-feira, 12 de outubro de 2017

A LETRA QUE MATA E OS ASSASSINOS DA LETRA




O qual nos fez também capazes de serem ministros de um novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata e o espírito vivifica. (II Coríntios 3: 6)

 Leitura da Bíblia. (Foto: Getty)


A Letra Mata, mas o Espírito vivifica (2º Coríntios 3:6)


A realidade é que existe a letra que mata e os assassinos da letra.
   
Vamos começar por aqueles que matam a letra, ou seja, pessoas que interpretam erroneamente as Escrituras, afirmando que o estudo teológico é terrivelmente prejudicial à fé, ao ponto de matá-la; marginalizam a Teologia, criticam os eruditos e seguem indiferentes ao aprofundamento do conhecimento formal.

O academicismo prepotente ou a formalidade atrelada à religiosidade são algumas silhuetas aparentemente ortodoxas que negam o Espírito e que podem matar a fé, porém, o texto de 2 Co 3:6 falas de algo bem diferente.

Por que alguns são assassinos da letra?

Há várias justificativas para o assassinato da letra, dentre as quais destacamos as principais:

O estudo teológico é censurado pelos preguiçosos, por aqueles que tentam justificar sua acomodação educacional e sua ignorância (burrice) atacando a Teologia e os estudiosos das Escrituras Sagradas.

O estudo teológico é censurado pelos ignorantes espirituais, que desprezam o saber por associá-lo a uma classe social superior incompatível com a fé cristã;

O estudo teológico é censurado pelos espiritualizastes, por aqueles que vivem com os pés e a cabeça nas nuvens e que apresentam sempre uma resposta espiritual, dizendo que Deus revela, fala, dá a palavra, para tudo ao seu redor;

O estudo teológico é censurado porque ele incomoda, torna-se inconveniente para os manipuladores da Bíblia. Quanto menos conhecimento as pessoas possuírem, mais facilmente serão controladas. É um comportamento assumido pelos ditadores eclesiásticos e pelas seitas, nas quais o líder se encarrega de pensar pelos adeptos e implanta um método sutil de controle total. (Só aqui Deus dá a palavra) Quanta mentira.

 Antes de qualquer outro argumento sobre a importância do estudo teológico é preciso lembrar que as doutrinas cristãs sobreviveram ao tempo e chegaram até nós, porque teólogos comprometidos com a fé, estudaram e preservaram a verdade.

Uma das buscas mais profundas do homem é a da verdade. Mas essa busca não pode trilhar por um caminho relativo porque, no mundo inteiro, avoluma-se a multiforme apresentação do engano revestido de trapos da verdade. Bilhões vivem sob o engano e a maioria jaz inconsciente do estado espiritual em que se encontra.

Às vezes, a diferença entre o verdadeiro e o similar é muito sutil, quase imperceptível.

A verdade é uma só, nada mais, nada menos; ao contrário da verdade, a mentira apresenta-se sedutora sob multiformes: do engano aberto ao engodo oculto, da mentira acadêmica às crendices populares. De todos os níveis do engano, o que consegue adentrar pelos portais da igreja, mesclado com resquícios da verdade, é o que pode trazer maiores prejuízos à fé cristã.

Há dezenas de seitas pseudocrístão espalhadas por todo o planeta, disseminando inverdades teológicas para todos os gostos. Há também um aglomerado de doutrinas “novas”, perigosas e insustentáveis pela Teologia Clássica; primeiro porque não foram anunciadas pelos os pais da igreja; segundo porque, não apresentam historicidade eclesiástica e, por fim, porque são doutrinas que não têm fundamentação bíblica.

Diante de tudo isso, perguntamos: O que seria da igreja sem a presença de homens comprometidos com o estudo teológico e a preservação da verdade? Qual seria o futuro de uma igreja cheia de assassinos da letra?

A Bíblia é a verdade absoluta, mas é a Teologia que nos auxilia na retenção do conhecimento dessa verdade. A Teologia é a expressão da verdade única e absoluta, revelada na Bíblia Sagrada e o estudante de Teologia, além de conhecer com maior intimidade a revelação divina, tem a oportunidade de tornar-se um guardião da verdade, um apologista da fé. Se o estudo teológico é um instrumento indispensável para a preservação da doutrina dos apóstolos e saúde espiritual da igreja e se o texto bíblico de 2 Co 3;6 não fundamenta, em qualquer instância, a rejeição aos estudos teológicos, o que significa “ a letra mata”? Se não é a Teologia, o que é que mata?

A Letra Mata

O que mata não é o estudo e o conhecimento do significado espiritual das Escrituras, mas exatamente o contrário. A falta de entendimento espiritual das Escrituras Sagradas é que faz com que o homem não creia em Jesus para ter a vida eterna (João 5:39-40). Jesus disse que a vivificação espiritual é feita através de suas palavras, que “São Espírito e Vida” (Jo 6:63).  De acordo com 2 Co 3:6, o que mata então? A observância da Lei de Moisés, em seus ritos e cerimônias, como um fim em si mesma. A letra é uma referência à Lei que foi entregue ao povo hebreu por Moisés, e que não tinha poder de conceder vida; escrita com tinta em tábuas de pedra (Gl 3:12), especificando juízos sobre os não cumpridores da Lei: "Maldito aquele que não confirmar as palavras desta lei, não as cumprindo. E todo o povo dirá: Amém" (Dt 27:26).  O pecador conhece a Lei, a letra, mas não tem poder para guardá-la; sua carne é fraca e logo transgredi essa Lei. O resultado dessa transgressão é morte e condenação. A lei mostra a condição depravada do pecador, mas não lhe dá poder para ser transformado em um homem de natureza santa.   A Bíblia quando declara que "a letra mata", está dizendo que a lei tem a missão de condenar apenas, não pode dar vida. A escrita da lei revela o quanto somos maus e pecadores. A lei apenas mostra ao homem a sua incapacidade de agradar a Deus, dessa forma a „letra‟, o mesmo que „Lei‟, mata. Mesmo que se busque cumprir rigorosamente a lei, ela não tem o poder de dar vida. Quem tropeçar em um só mandamento, torna-se culpado de todos! (Tg 2:10). No contexto de 2 Co 3:6 e noutras passagens do Novo Testamento, Paulo, o apóstolo, mostra a superioridade da Nova Aliança diante da antiga, vivida pelos os judeus.

Mas agora temos sido libertados da lei, tendo morrido para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra. (Rm 7:6)

Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte. (Rm 8:2)

Esta é a aliança que farei com eles depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seus corações, E as escreverei em seus entendimentos; acrescenta: (Hb 10:16)

O reino da Antiga Aliança foi limitado em termos de pessoas e de território, à nação de Israel. Quando Deus revelou a Lei no monte Sinai, ele disse: “Assim falarás à casa de Jacó e anunciarás aos filhos de Israel.... Vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel” (Ex 19:3,6). Mas o reino da Nova Aliança não é limitado por um território geográfico e também não se limita a uma raça ou etnia. Trata-se de um reino espiritual e universal (1 Pe 2:5). Jesus tem “toda a autoridade. . . no céu e na terra” e mandou os apóstolos fazerem discípulos de todas as nações (Mt 28:18-20).  Paulo demonstra que os cristãos eram a carta de Cristo (2 Co 3:3), ministrada pelos apóstolos e escrita com o Espírito do Deus vivo. Ele destaca que os cristãos, na condição de cartas, não foram redigidos com tinta, antes, com o Espírito Santo. Não em tábuas de pedras, mas em seus corações (2 Co 3:3). 

Conclusão

O que mata não é o estudo e o conhecimento da Palavra de Deus gravada no coração daqueles que creem. O que mata é a ignorância espiritual e intelectual (Jumentice) de permanecer na caducidade da Antiga Aliança, negando a Lei do Espírito que entra no coração do pecador e o vivifica, regenera e dá a vida. A Lei do Espírito que confere o elemento que a letra da lei não podia prover - o desejo e o poder de cumprir o mandamento de Deus.


   Autor do original:  BenneDen


  Compilado e revisado por Oseias de Lima Vieira 

A IGREJA DO SÉCULO 21



Assembléia de Deus Ministério Estudando a Palavra

Pastora Maria Valda



A IGREJA DO SÉCULO 21
  1 Timóteo 4.1,2


Introdução: Relativismo moral, corrupção, incertezas, tem sido o império das trevas aparentemente ganhando forças, tem sido o cenário do presente século 21. Como responder as questões do nosso tempo? Como Igreja de Cristo deveríamos ser a solução onde os sistemas mundanos falharam? Será que a nossa missão é mudar o sistema? O Ministério da Reconciliação dado a Igreja através da pregação do Evangelho é carregado de graça e verdade, misericórdia, justiça e juízo. Parafraseando Jacques Ellul: A mensagem do Evangelho apresenta O totalmente outro, portanto não vai dar certo no mundo. Os principais mensageiros de Deus foram assassinados pelo sistema desse mundo. Temos que manter a nossa responsabilidade profética e há muitos desafios como Igreja, mas de tudo que precisamos fazer a princípio é:

        Discernir o presente século andando como sábios, remindo o tempo;

     Compreender qual a mensagem do Espírito para o nosso tempo: “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz as igrejas...”

  Conhecer e atuar no poder que temos em Cristo como Igreja para cumprirmos nossa missão.


I.      DISCERNINDO O NOSSO TEMPO

1)   O Senhor Jesus exortou os do seu tempo por sua hipocrisia e insensatez: “Hipócritas! Sabeis muito bem interpretar os sinais da terra e do céu. Como não conseguis discernir os sinais do tempo presente? ” (Lucas 12.56 KJA).

2)         Características da Igreja do século 21. (1 Tm 3.1-9)

Neste texto podemos perceber que a construção social da cultura ocidental impulsiona o homem a ser exatamente conforme foi descrito por Paulo há tanto tempo. Vejamos algumas das características que Paulo descreve e vejamos se ela se encaixa na nossa realidade:

        Egoístas (amantes de si mesmos): O dicionário nos mostra que "egoísmo" é o "amor exclusivo à pessoa e aos interesses próprios". Ou seja, é a preferência do "eu" ao invés do todo. Será que precisamos de alguma prova que somos todos egoístas? No tempo dos apóstolos em Atos a palavra nos mostra que "todos os que criam estavam juntos, e tinham tudo em comum" Atos 2:44. As características da Igreja são avessas aos interesses próprios, pois o nosso interesse é fazer a vontade de Deus e não a nossa.

       Avarentos: O dicionário nos diz que "avareza" é o "apego sórdido ao dinheiro para o acumular" e ainda é a "falta de generosidade". Infelizmente a avareza também já faz parte nas nossas comunidades e denominações. Nos tempos de Jesus ele limpou o templo com um azorrague e certamente limpará também nos nossos dias. O que verdadeiros cristãos fazem com seu dinheiro: "Vendiam as suas propriedades e bens, distribuindo o produto entre todos, à medida que alguém tinha necessidade" Atos 2:45."Não podeis servir a Deus e às riquezas" Mateus 6:24.

    Presunçosos: Os presunçosos são pessoas que demonstram excessiva confiança ou orgulho exagerado em si mesmos. Eles confiam em si e não são humildes ou modestos, mas são excessivamente arrogantes e desprezíveis não considerando as outras pessoas. Uma outra tradução para esta característica é exatamente a arrogância.

   Soberbos: De igual modo, os soberbos são altivos, orgulhosos e arrogantes. Porém esta atitude está mais ligada ao fato dessas pessoas se consideraram melhor que as outras. O soberbo sempre exige o melhor lugar, a melhor companhia, o melhor de tudo. É a exaltação do eu em detrimento do meu próximo.

         Blasfemos: Os blasfemos são aquelas pessoas que enchem a sua boca de violência, crueldade, insultos ou são rudes no falar. Que mentem, são dissimulados, caluniadores e difamadores. Quem anda na direção do Espírito é diferente (Pv 10:31-32; Mt 12:34). Ou seja, aquilo que falamos representa quem somos.

        Desobedientes a pais e mães:  O século nos ensina que os nossos pais são velhos e não entendem os novos tempos e as novas ideias. A bíblia, porém, nos ensina o contrário: ela nos ensina a honrar nossos pais (Ex 20:12).

    Ingratos: Para entendermos a ingratidão é necessário compreender a gratidão. A gratidão é o sentimento de lembrança e agradecimento por algo realizado em relação àquele que realizou o ato. As festas judaicas eram para lembra o povo os feitos do Senhor. Hoje temos a Ceia do Senhor como memorial. Só vão para o inferno os ingratos que não receberam com gratidão a salvação de Deus!

        Profanos: Os profanos são aquelas pessoas que não se importam com a santidade ou em se santificarem a Deus. São pessoas que vivem suas vidas despreocupadamente em seus delitos e pecados diariamente. Elas são pessoas normais como eu e você, mas desprezam viver uma vida de oração e de leitura da palavra de Deus. Eles até sabem da importância de viver dessa forma, mas não se importam em viver do seu próprio modo seguindo suas próprias paixões.

     Sem afeto natural: O original grego nos revela o sentido de uma pessoa insensível e desumana. Em nosso tempo o capitalismo selvagem nos torna pessoas assim. Hoje vemos que somos demasiadamente desumanos e insensíveis com as pessoas. Parábola do bom samaritano, o nosso próximo são todas as pessoas à nossa volta.

         Irreconciliáveis: Os irreconciliáveis são aquelas pessoas que, caso tenham alguma desavença com alguém, se recusam fortemente a se reconciliar por motivos fúteis. São implacáveis e não tornam atrás em suas decisões. É uma característica clara daqueles que não possuem o fruto do Espírito.

           Caluniadores: Os caluniadores são aqueles que acusam falsamente e são encrenqueiros buscando sempre uma confusão, bate-boca ou complicações.

      Incontinentes: Os incontinentes são pessoas que não possuem moderação ou não se contém. Está relacionado a falta de moral e a uma conduta degradante da pessoa. É o contrário do domínio próprio, que é parte do fruto do Espírito. 

     Cruéis: O sentido no original grego para os cruéis está mais amplo. O sentido é de uma pessoa incontrolável, selvagem e feroz. Que naturalmente machuca as pessoas à sua volta sem se preocupar. 

        Sem amor para com os bons: Aqui o sentido é exatamente este mesmo. São pessoas que não se alegram com aqueles que estão cheios de Deus ou que fazem o bem. Talvez por motivos interesseiros ou por inveja e ganância. Infelizmente isso também acontece com grande frequência. 

      Traidores: A traição é a maior prova da falta de caráter de uma pessoa. Demonstra que somos pessoas invejosas, orgulhosas e que não nos importamos com as pessoas ao nosso redor. 

     Obstinados (precipitados, imprudentes): A tradução em português trouxe "obstinado", mas o sentido não é este. O melhor sentido para esta característica é precipitado, imprudente. Pessoas que não consideram antes de fazer alguma coisa ou de tomar alguma posição.

          Orgulhosos: Os orgulhosos também são pessoas presunçosas e soberbas que se julgam melhor que os outros. Porém esta característica vai um pouco além das duas anteriores. O sentido no original grego é de alguém tão orgulhoso que este orgulho o faz cegar em densas trevas. Ou seja, por se tornar uma pessoa orgulhosa, estas pessoas não conseguem se desvencilhar em uma névoa de orgulho que os cobre e cega.

    Mais amigos dos deleites do que amigos de Deus: Hoje vemos que a maioria das pessoas se entrega a muitos prazeres em detrimento de se entregarem a Deus e ao Espírito Santo, Talvez essa seja uma das grandes características do nosso tempo.

   Aparência de piedade, mas negando o seu real poder: Aqui é um dos pontos culminantes pois fala de hipocrisia e falsidade, e na sequência do texto (v.6) mostra um tipo de gente que se aproveita de pessoas também cheias de desejos promíscuos e mergulham nessa podridão. São os falsos profetas e mestres interesseiros.

     Sempre aprendendo, mas jamais conseguem chegar ao conhecimento da verdade: São pessoas que ouvem, ouvem e ouvem a Palavra mas não tem efeito, pois o conhecimento da verdade liberta (Jo 8.32)


Agora vejamos o que o Espírito tem a dizer em sua totalidade a essa Igreja.


II. O QUE O ESPÍRITO TEM A DIZER PARA A IGREJA NO PRESENTE SÉCULO?


O Apocalipse nos apresenta em seus três primeiros capítulos a mensagem do Espírito de Cristo às Sete Igrejas da Ásia Menor. Sabemos que a mensagem a princípio foi para aquelas igrejas do passado, mas que em sua totalidade compreendemos também que fala as igrejas do nosso tempo. Sete pecados e sete virtudes foram reveladas pelo Espirito em Apocalipse 2 e 3 e sete vezes aparece: “Quem tem ouvidos para ouvir, ouça o que o Espírito diz às Igrejas...”:


Sete pecados que a Igreja não deve cometer

1º)      Tradicionalismo
2º)      2º Covardia
3º)      Heresia
4º)      Idolatria
5º)       Hipocrisia
6º)      Intolerância
7º)      Soberba

Sete virtudes que a Igreja deve manter

1)           Amor
2)           Fidelidade (Martírio)
3)           Amor a Verdade
4)           Abnegação
5)           Autenticidade
6)           Misericórdia
7)           Humildade

Agora vejamos que poder temos como Igreja de Cristo para vencer.


III.         COMO IGREJA, QUE PODER ATUA EM E ATRAVÉS DE NÓS?


Ao orar pela igreja de Éfeso o apóstolo Paulo deixou explicito o que a Igreja precisa saber sobre a sua vocação e sobre o poder que em nós opera (Ef 1.16-20).

1)   Uma oração para termos revelação. Paulo ora para que tenhamos um espírito de sabedoria e revelação e para que os olhos do nosso coração sejam iluminados para que saibamos qual é a esperança do chamamento de Deus, a riqueza da glória da herança de Deus nos santos e a suprema grandeza do poder de Deus para conosco, os que cremos (Ef 1:17-23):

     Temos de ser amigo de Deus, pessoas que entendem o Seu coração; temos de ver, conhecer e ter a visão da eternidade, uma visão que nos apanha e captura com tal intensidade que vivemos a vida da eternidade e fazemos a obra da eternidade (Gl 1:15-16; 2:20; 4:19; 1Co 2:9-10; 6:17; 15:10; 16:10).

          A esperança do chamamento de Deus é “Cristo em vós, a esperança da glória” (Cl 1:27). A esperança do chamamento de Deus é a consumação final do nosso desfrute de Cristo, que será a transfiguração do nosso corpo e a manifestação dos filhos de Deus (Ef 4:4; Fp 3:21; Rm 8:19, 23-25).

        A riqueza da glória da herança de Deus nos santos - fala de Deus nos selar Consigo mesmo para nos tornar a Sua herança para o Seu desfrute e de Deus Se dar como penhor a nós para se tornar a nossa herança para o nosso desfrute (Ef 1:11, 13b-14, 18). A glória de Deus tem sua riqueza, que são os diversos itens que constituem os atributos divinos de Deus, tais como luz, vida, poder, amor, justiça e santidade, expressados em graus diferentes.

           A suprema grandeza do poder de Deus – o poder de ressurreição, poder de ascensão (transcendente), poder de sujeição (subjugador) e poder de encabeçamento (governante) – opera “em nós”, é “para conosco, os que cremos” e é para “a igreja” (Ef 3:20; 1:19-23).


Como Igreja fomos chamados acima de tudo a transmitir a Glória e a Vida de Deus!


Conclusão:  Como Igreja do século 21 precisamos avançar pois a Vinda do Senhor está próxima. Que não sejamos o cumprimento das profecias negativas e sim aqueles que venceram pelo Sangue do Cordeiro, pela Palavra do seu testemunho e que não amaram as suas vidas até morte (Ap 12.11).


Que Deus nos abençoe,
   Professor, José Fábio